Carlos Pertuis
(1910 – 1977)

Nasceu no Rio de Janeiro. Seus avós eram franceses, bem como seu pai, que veio ainda menino para o Brasil. De natureza sensível e religiosa, sempre se mantinha retraído. Com a morte do pai, deixou de estudar e foi trabalhar numa fábrica de sapatos.
Certa manhã, raios de sol incidiram sobre um pequeno espelho de seu quarto. Brilho extraordinário deslumbrou-o, e surgiu diante de seus olhos uma visão cósmica: “O Planetário de Deus”, segundo suas palavras. Começou a frequentar o ateliê de pintura do Museu em 1947, trazido pelo artista Almir Mavignier, que soube que ele fazia desenhos e os guardava em caixas de sapato, embaixo da cama da enfermaria.
Carlos desceu vertiginosamente à esfera das imagens arquetípicas, dos deuses, dos demônios. Produziu com intensidade cerca de 21.500 trabalhos − desenhos, pinturas, modelagens, xilogravuras, escritos.