Fernando Diniz

(1918 – 1999)

Adelina Gomes

Aos 4 anos de idade veio para o Rio de Janeiro com sua mãe, que era excelente costureira. Moravam em casarões de cômodos e Fernando costumava acompanhá-la quando ia trabalhar em casa de famílias ricas e abastadas. Desde garoto sonhava em ser engenheiro. Inteligente, foi sempre o primeiro aluno da classe. Chegou até o nível médio, mas abandonou os estudos.

Em 1944, foi preso sob a alegação de estar nadando despido na praia de Copacabana. Em 1949 começou a frequentar a Seção de Terapêutica Ocupacional. Quando chegou ao ateliê, não levantava a cabeça e sua voz, baixa, mal era ouvida. Ao ser perguntado sobre a razão da beleza de suas pinturas, respondia: “Não sou eu, são as tintas.” Em sua obra, mescla o figurativo e o abstrato, abarcando das mais simples às mais complexas estruturas de composição.

Fernando produziu muitas obras: telas, desenhos, tapetes, modelagens e xilogravuras. Sintetizou sua produção artística de forma lapidar: “O pintor é feito um livro que não tem fim.”